terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Almada Negreiros e a Unanimidade Humana

 Extraordinário !
 E, no entanto,  já no Século XXI, às portas do seu décimo quarto ano , as uniões são meras aparências, a divisão é cada vez mais profunda e a Unanimidade Humana parece cada vez mais longínqua... 

BOM ANO NOVO!

"C'est l'or .... il est l'or .... l'or de se réveiller"( La folie des grandeurs)



domingo, 29 de dezembro de 2013

Nitin Sawhney - Homelands


"Nitin can bring the best of several different backgrounds, cultures and musical styles, to meticulously blend them all together to create this piece of art! You don't even need to know the words of the song for it to be able to elevate your soul to where Nitin wants you to be. "

Paulo de Cravalho - Quando Um Homem Quiser (live)


voz:Paulo de Carvalho
Poema Ary dos Santos
Música : Fernando Tordo


Tu que dormes à noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitros de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Ary dos Santos

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Presépio de Lata - Rui Veloso, Carlos Tê



Três estrelas de alumínio
A luzir num céu de querosene
Um bêbedo julgando-se césar
Faz um discurso solene

Sombras chinesas nas ruas
Esmeram-se aranhas nas teias
Impacientam-se gazuas
Corre o cavalo nas veias

Há uma luz branca na barraca
Lá dentro uma sagrada família
À porta um velho pneu com terra
Onde cresce uma buganvília

É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,

Oiçam um choro de criança
Será branca negra ou mulata
Toquem as trompas da esperança
E assentem bem qual a data

A lua leva a boa nova
Aos arrabaldes mais distantes
Avisa os pastores sem tecto
Tristes reis magos errantes
E vem um sol de chapa fina
Subindo a anunciar o dia
Dois anjinhos de cartolina
Vão cantando aleluia

É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,

Nasceu enfim o menino
Foi posto aqui à falsa fé
A mãe deixou-o sozinho
E o pai não se sabe quem é

É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells


Carlos Tê

sábado, 21 de dezembro de 2013

Ruy Palha"s photography framed by Charlie Haden & Gonzalo Rubalcaba ( En la orilla del Mundo)

Ver, ouvir e sentir.....

Arte-Xávega Vitorino Velho" by © Rui Palha:

"Photography is a very important part of my space... it is to discover, it is to capture giving flow to what the heart feels and sees in a certain moment, it is being in the street, trying, knowing, learning and, essentially, practicing the freedom of being, of living, of thinking"


Charlie Haden feat. Gonzalo Rubalcaba
En la orilla del Mundo written by Martin Rojas is a track from the album Nocturne produced by Charlie Haden and Gonzalo Rubalcaba.

The True Story of Christmas

Bom Natal!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ufa!

Televisão sem som: levanto o olhar e no écran agita-se uma Constança Cunha e Sá, cujo arraial de linguagem corporal frenética e agressiva  me sobressalta e deixa derreada: cabeça que se atira para a frente e para baixo, ombros que sobem e, encaixando-se nas orelhas, fazem desaparecer o pescoço e sobressair os cotovelos levantados como enormes asas afiadas, mãos sovinas  gesticulam espremendo dedos ossudos e compridos, a boca abre e fecha num ritmo desenfreado de palavreado que, prevenida, me escuso a ouvir porque sei que pertence a uma voz rouca, cortante , desagradável.
Postura (imagem) é atitude? É mesmo. E a energia que emana deste quadro vivo não é positiva. Mesmo sem a ouvir sei que o que ela diz não poderá nunca interessar-me.
Mudo de canal (ufa!) e deparo-me com a Manuela Moura Guedes a quem, em comparação, nesta fase de entertainer, poderia chamar o chá de tília da TV … quem diria!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

FLASHMOB PINA - CLIP OFICIAL

 A Arte de Pina Bausch  no centro da cidade.Tocante, este flashmob.

Philippina Bausch, conhecida como Pina Bausch (Solingen, 27 de julho de 1940 - Wuppertal, 30 de junho de 2009), foi um dançarina, coreógrafa e directora alemã pioneira em dança contemporânea.

 Music: Lillies of the Valley by Jun Miyake 

domingo, 8 de dezembro de 2013

Intrinsic Movement


Sabemos que o corpo humano é composto por 40 a 70 /% de água
Respirar a partir dos lados do corpo usando o movimento lateral,   associa-se neste vídeo à respiração aquática, dos anfíbios e às origens oceânicas do ser humano.
A fluidez no movimento....Espantoso este estudo!

What happens when the spine returns to its fluid origins? Bone is connective tissue. It is filled with fluid. What we are seeing is the the choreography of the fluid moving through the connective tissue called bone. Bone maintains its health through its flexibility and adaptability. Breathing from from the sides of the body, using lateral movement is aquatic breathing belonging to our oceanic origins.Founder of Continuum and teacher Emilie Conrad: for more info see www.ContinuumMovement.com


Stacey Kent - Ces petits riens (Live)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

NELSON MANDELA (1918-2013) - INVICTUS



Invictus*

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

William Ernest Henley(1849-1903 Inglaterra).


Uma das possíveis traduções:

 Invictus

Sob o manto da noite que me cobre

Negro como as profundezas de um polo a outro

Eu agradeço a todos os deuses

Por minha alma invencível.

Nas garras ferozes das circunstâncias,

Não me encolhi nem derramei meu pranto.

Golpeado pele destino

Minha cabeça sangra, mas não se curva.

Longe deste lugar

De ira e lágrimas

Só assoma o horror das sombras.

Ainda assim, a ameaça dos anos me encontra

E me encontrará sempre destemido.

Pouco importa quão estreita seja a porta

Quão profusa em punições seja a lista

Sou o senhor do meu destino

Sou o capitão da minha alma.

*Invictus , expressão que pode ser traduzida do Latim como "Invencível" é o titulo do poema de William Ernest Henley (1849–1903) que inspirou o filme como o mesmo nome, realizado em 2009 por Clint Eastwood

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Francisco de Sá Carneiro




No seu primeiro discurso político , numa sessão de propaganda eleitoral em Matosinhos em 12 de Outubro de 1969, Sá Carneiro afirmou:

“Desde a educação e futuro dos nossos filhos às nossas próprias condições de trabalho e de vida, desde a liberdade de ideias à liberdade física, aquilo que pensamos e queremos coloca-nos directamente ante a política: seja em oposição frontal à seguida por determinado Governo, seja de simples desacordo, seja de apoio franco. Porque somos homens, seres inteligentes e livres chamados a lutar pela realização desses dons na vida, formamos a nossa opinião e exprimimos as nossas ideias, pelo menos no círculo de pessoas que nos cercam. Mas se nos limitarmos a isso, se nos demitimos da intervenção activa, não passaremos de desportistas de bancada, ou melhor, de políticos de café. Creio que, se todos quisermos, podemos eficazmente aproveitar a oportunidade que nos é dada de obter as reformas necessárias sem quebra da ordem pública, sem atropelos das consciências, nem violências sobre as pessoas.”
Coerentemente ("
desde  a liberdade de ideias à liberdade física, aquilo que pensamos e queremos coloca-nos directamente ante a política") em 1977 já presidente do PSD, cargo a que, alegando bloqueios no seio  do partido,  renunciaria em  Novembro desse ano e para o qual viria a ser reeleito no ano seguinte, escreveu:

"Se a situação (Snu Abecassis) for considerada incompatível com as minhas funções, escolherei a mulher que amo." 

Dead Combo "Esse Olhar Que era So Teu"( acústico)

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Não há motivo para te importunar a meio da noite



Não há motivo para te importunar a meio da noite,

como não há leite no frigorífico, nem um limite

traçado para a solidão doméstica.


Tudo desaparece. Nada desaparece. Tudo desaparece

antes de ser dito e tu queres dormir descansada. Tens

direito a um subsídio de paz.



Se eu escrever um poema, esse não é motivo para te

importunar. Eu escrevo muitos poemas e tu trabalhas

de manhã cedo.



Toda a gente sabe que a noite é longa. Não tenho o

o direito de telefonar para te dizer isso, apesar dessa

evidência me matar agora.



E morro, mas não morro. Se morresse, perguntavas:

porque não me telefonaste? Se telefonasse, perguntavas:

sabes que horas são?



Ou não atendias. E eu ficava aqui. Com a noite ainda

mais comprida, com a insónia, com as palavras

a despegarem-se dos pesadelos.

 José Luís Peixoto

"Do What You Want, Be What You Are"-Daryl Hall, Sharon Jones


Soul and heart beats....

terça-feira, 26 de novembro de 2013

baby&me / the new evian film



Não ignorando as considerações éticas sobre o "uso" de crianças em anúncios publicitários (assunto que  proporciona sempre "lençois" de  acesa discussão), acho  este vídeo muitíssimo bem conseguido divertido e contagiante. 
Tente não sorrir , não  bater o pé...eu não consigo!    

Charlie Musselwhite w/ Richard Bargel

    Just sit, close your eyes and feel it ... 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

domingo, 17 de novembro de 2013

Karsyn's first ballet recital----too funny!!


Mercedes-Benz TV: MAGIC BODY CONTROL TV commercial "Chicken"

Chicken actually keep their head in the same position because they can't move their eyes to maintain "level" vision
Stability control...What a wonderful use of a birds natural motion!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Os Azeitonas | Tonto de ti (ao vivo no Coliseu do Porto)

 Óptima interpretação para uma canção que fica no ouvido.
 O poema , estonteante, é  de Miguel Araújo , compositor  e um  dos  melhores  letristas portugueses da actualidade (e não há muitos.). Categoria!    

Como quando o Porto perde em casa
Ou me deito com o grão na asa
Fico tonto, zonzo assim só de me lembrar


Ou como quando andava nos carrinhos
Do senhor de Matosinhos
Perna à banda, bamba assim só de me lembrar


E agora, quem me diz onde é o norte?
Se fui tonto em tentar a sorte
Com quem não tem dó de mim
Tanto que eu às tantas fico tão, tonto de ti.


Como quando me negaste um beijo
Na noite do cortejo
Fico zonzo, zonzo assim só de me lembrar


Ou como daquela vez na escola
No recreio a cheirar cola
Fico tonto, zonzo assim só de me lembrar


E agora, quem me diz onde é o norte?
Se fui tonto em tentar a sorte
Com quem não tem dó de mim
Tento há tanto tempo que ando tão, tonto de ti.
Tonto de ti. Tonto de ti.


E agora, quem me diz onde é o norte?
Se fui tonto em tentar a sorte
Com quem não tem dó de mim
Tento há tanto tempo que ando tão, tonto de ti.
Tonto, tonto de ti.
Tonto, tonto de ti.


Miguel Araújo

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Homem: alinhamento musculo -esquelético natural ,costumes e desiquilíbrios posturais

Dois vídeos que  chamam a atenção  para a  necessidade,  que o homem das sociedades ditas desenvolvidas tem, de (re)aprender a  alinhar, posicionar e fortalecer o seu corpo de forma correcta e funcional para, evitando  dores músculo-esqueléticas (que, actualmente, tendem a tornar-se crónicas) , tornar mais eficazes as tarefas quotidianas e  melhorar a sua qualidade de vida .

Bone Deep Strength
The reason children today are facing a serious health crisis and why women who successfully carry heavy loads on their heads hold the secret to how to live pain-free today and age comfortably tomorrow.




Find your primal posture and sit without back pain: Esther Gokhale at TEDxStanford


sábado, 9 de novembro de 2013

Concertinas de Lindoso (Portugal) e Olelas (Galiza)

O Valter de S. Martinho, o Zé da Moca e o Feuto de Olelas  tocam concertina .
Do melhor que já ouvi.
Quem sabe , sabe!

Aula Espectáculo - Ariano Suassuna | SESC Vila Mariana


  Ariano Suassuna*  :  humanidade, sabedoria, humildade, sentido pedagógico, humor...tantas e mais qualidades numa só pessoa.  Brilhante!
Vídeo comprido?
Quem não vir não sabe o que perde.



*Ariano Vilar Suassuna ( 16 de junho de 1927) é um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Gabriel o Pensador - Linhas Tortas



" O meu texto é simples, sincero"( Gabriel, o Pensador)

" É um génio cuja poesia chega, mastigada e explicada, aos ouvidos da grande maioria dos brasileiros"

 Tal  como chegou aqui. 

Gabriel pensa,  dá que pensar  e emociona. 


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

domingo, 27 de outubro de 2013

Lou Reed ( Março 1942 — Outubro 2013)

A Walk On The Wild Side


Holly came from Miami F.L.A.
Hitch-hiked her way across the U.S.A.
Plucked her eyebrows on the way
Shaved her legs and then he was a she
She said, hey babe, take a walk on the wild side,
Said, hey honey, take a walk on the wild side.

Candy came from out on the island,
In the backroom she was everybody's darling,
But she never lost her head
Even when she was giving head
She said, hey baby, take a walk on the wild side
She said, hey babe, take a walk on the wild side
And the coloured girls go,

Doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo

Little Joe never once gave it away
Everybody had to pay and pay
A hustle here and a hustle there
New York City is the place where they said:
Hey babe, take a walk on the wild side
I said hey Joe, take a walk on the wild side

Sugar Plum Fairy came and hit the streets
Lookin' for soul food and a place to eat
Went to the Apollo
You should have seen him go go go
They said, hey Sugar, take a walk on the wild side
I said, hey honey, take a walk on the wild side

Jackie is just speeding away
Thought she was James Dean for a day
Then I guess she had to crash
Valium would have helped that dash
She said, hey babe, take a walk on the wild side
I said, hey honey, take a walk on the wild side
And the coloured girls say

Doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo doo doo doo doo doo doo doo doo
doo

Joe Sample & Randy Crawford - Everybody's talking

Everybody knows this song. It was originally released by "Fred Neil" in 1966, but this version became a massive success for "Harry Nilsson" in 1969 when used in   the great film "Midnight Cowboy".

Talking about about feeling music... relaxing...
Wonderful cover for a evergreen song.


 

Everybody's talking at me
I don't hear a word they're saying
Only the echoes of my mind

People stopping staring
I can't see their faces
Only the shadows of their eyes

I'm going where the sun keeps shining
Thru' the pouring rain
Going where the weather suits my clothes
Backing off of the North East wind
Sailing on summer breeze
And skipping over the ocean like a stone

Everybody's talking at me
I can't hear a word they're saying
Only the echoes of my mind


I won't let you leave my love behind
No, I won't let you leave…
I won't let you leave my love behind…

Como tirar o cheiro de chulé dos sapatos

A informação que se segue é de interesse público!


domingo, 20 de outubro de 2013

" TRISTE E CRÚ" (Letra/musica Alberto Amaral)

 Versão Original:
Milu e Ribeirinho "Triste e cru" - Filme "O Grande Elias"



Novo arranjo musical:
Lello Minsk( Manuel Joaõ vieira) & Shegundo Galarza


Com orquestração do maestro Shegundo Galarza, o terceiro projecto de estúdio de Manuel João Vieira, (artista plastico e eterno candidato à Presidência da República) é um conjunto de canções nostálgicas de antigamente, vestidas com novas abordagens poéticas , numa roupagem jazz e outras melodias de cariz romântico.
[...São músicas da noite, com mais ou menos glamour; outras vezes de cabarets fumarentos, bafientos, de casinos de meia tigela. São músicas sérias, animadas por um piano e uma percussão latino-americana...

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Quasi


Um pouco mais de sol - eu era brasa,

Um pouco mais de azul - eu era além

Para atingir, faltou-me um golpe de asa ...

Se ao menos eu permanecesse aquém ...



Assombro ou paz ? Em vão ... Tudo esvaído

Num grande mar enganador d´espuma;

E o grande sonho despertado em bruma,

O grande sonho - ó dor ! - quasi vivido ...





Quasi o amor, quase o triunfo e a chama,

Quasi o princípio e o fim - quasi a expansão ...

Mas na minh´alma tudo se derrama ...

Entanto nada foi só ilusão !



De tudo houve um começo ... e tudo errou ...

- Ai a dor de ser-quasi, dor sem fim ...

Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,

Asa que se elançou mas não voou ...



Momentos de alma que desbaratei ...

Templos aonde nunca pus um altar ...

Rios que perdi sem os levar ao mar ...

Ânsias que foram mas que não fixei ...



Se me vagueio, encontro só indícios ...

Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;

E mãos d' heroi, sem fé, acobardadas,

Puseram grades sobre os precipícios ...



Num ímpeto difuso de quebranto,

Tudo encetei e nada possuí ...

Hoje, de mim, só resta o desencanto

Das coisas que beijei mas não vivi ...




Um pouco mais de sol - e fora brasa,

Um pouco mais de azul - e fora além.

Para atingir faltou-me um golpe d´asa ...

Se ao menos eu permanecesse aquém ...


Mário de Sá-Carneiro 

Paris 1913 - maio 13

The fABULEUS Rosas Remix Project




Precisely 30 years ago, dance company Rosas put itself on the map with the production Rosas danst Rosas. This choreography has since been staged all over the world. And now it's your turn. Dance your own Rosas danst Rosas, make a video film of it and post it on www.rosasdanstrosas.be. In the following videos choreographer Anne Teresa De Keersmaeker and dancer Samantha van Wissen will teach you the moves, step by step, from the second part of the performance. After that it becomes your dance: you dance Rosas. In a different setting, with a huge number of dancers... any way you like!

Choreography: Anne Teresa De Keersmaeker
Dancers: Tale Dolven, Elizaveta Penkova, Samantha van Wissen, Sandra Ortega
Music: Thierry De Mey, Peter Vermeersch


Some results ( remix):
Amazing!



On 24th June 2013 Rosas & fABULEUS invited you to create your own version of Rosas Danst Rosas and to submit it to us on www.rosasdanstrosas.be. We received 250 films from all over the world: from Australia to Burkina Faso and from Mexico to Shanghai. It is a pleasure to see how 30 years after the first show, the chair scene is being re-choreographed by young and old, cheerleaders, athletes, circus people and pregnant women, with 80 people together or even solo, in the office, the metro, the city or in the forest, the mountains and even in the water.

All these films will be shown in Kaaitheater on a wall of fame, an impressive wall of televisions, from 8th to 12th October 2013, the last day of the revival of Rosas Danst Rosas.

Due to its great success you can keep on posting films. Re:Rosas goes on!

This project is an initiative by Rosas and fABULEUS.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

domingo, 13 de outubro de 2013

Chega de saudade

Autores:Tom Jobim e Vinicius de Moraes

Intérptretes: Joao Gilberto e Bebel Gilberto.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Tina Turner - Rolling On The River

este livro


este livro. passa um dedo pela página, sente o papel

como se sentisses a pele do meu corpo, o meu rosto.



este livro tem palavras. esquece as palavras por

momentos. o que temos para dizer não pode ser dito.



sente o peso deste livro. o peso da minha mão sobre

a tua. damos as mãos quando seguras este livro.



não me perguntes quem sou. não me perguntes nada.

eu não sei responder a todas as perguntas do mundo.



pousa os lábios sobre a página. pousa os lábios sobre

o papel. devagar, muito devagar. vamos beijar-nos.


José Luís Peixoto

sábado, 5 de outubro de 2013

Kat Edmonson - "Hopelessly Blue"

"Uau !!! Almas sensíveis não vejam"( Manuel Castelo-Branco)
Na Lua...






quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Language Shapes Perception @ www.BradBeldner.com

  A word is dead when it's been said, some say. I say it just begins to live that day.”
― Emily Dickinson


Movimentos fluídos... bem estar... este  vídeo, só por si, transmite esse " sentir bem", tão importante e, no entanto, praticamente esquecido nos tempos que ( a correr) correm....
Fascinante!


Demonstration of Feldenkrais in motion .
Movement in 4 planes through the spine and ribs. Head responds to pelvic movement translated through the spine. 


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Teresa Tarouca - Cai chuva do céu cinzento ( Festival RTP- Entre Act)

 "Cai chuva do céu cinzento que não tem razão de ser. Até o meu pensamento tem chuva nele a escorrer". 
 O registo deste fado, baseado num poema  de Fernando Pessoa,  foi particularmente difícil de encontrar 
 Teresa  Tarouca é uma das grandes fadista de sempre,que tem sido desvalorizada e quase votada ao esquecimento.  Não tem razão de ser.


Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.


Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.


Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine* consente)
Dentro do meu coração.
Fernando Pessoa, 15-11-1930.



*"Paul Verlaine  foi um poeta francês que, entre outros, escreveu "Il pleure dans mon coeur" , um poema muito conhecido pela alusão à tristeza usando a imagem da chuva caindo dentro do coração (como o choro).
Daí Fernando Pessoa usar a expressão "porque Verlaine consente".
Além de ser uma alusão à imagem em si, é uma homenagem ao grande poeta francês." *

terça-feira, 24 de setembro de 2013

domingo, 22 de setembro de 2013

HIROMI UEHARA- Place To Be


Mel..."

Obrigada Pedro

Descarto

Existo.
Logo penso.

 LCB

Guitarrada Portuguesa

(A)garra!!!!

Ângelo Freire:  um dos grandes "guitarra portuguesa" da actualidade

Guitarra portuguesa: Ângelo Freire 
Viola: Diogo Clemente 
 Viola baixo: Marino de Freitas

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Portugal in 1950

Documento histórico e muito interessante sob vários aspectos. No entanto,  como , aliás, o texto que se segue confirma ,  reflecte  um ponto de vista limitado, parcial e "bonitinho" de Portugal no pós - guerra.   

  
A travelogue of right after the war shows how the country has survived the war.
Lisbon and Porto are shown as well as fishery, cork and other sources of income. Finally a typical traditional dance is performed.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Miles Davis (with Robben Ford) - New Blues & Maze

Between Blues and jazz......
Caramba! 
*  recomenda-se  som alto e uso de auscultadores 

PORQUE

 Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Jan Lisiecki - Nocturne in C sharp Minor (1830) - Proms 2013

A música de Chopin  provoca as mais profundas emoções....
Jan Lisiecki:  quanta sensibilidade.... Espantoso!

 



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A moda de ir à praia - 1900-1920






A moda, ao tempo, tinha poucos anos. Ia-se à praia com tanto de entusiasmo como de pudor. O processo de destape mal tinha começado. Muitos ainda veriam a ida à praia como um pecado do qual teriam que pedir absolvição mais tarde.

O pudor já ditara as suas regras um século antes. O traje de banho usado em 1810 por D. João VI não era nada convencional nem mesmo para a época. O rei de Portugal tinha medo dos caranguejos e só aceitou entrar na água de uma praia dos brasis dentro de um barril. O recipiente que lhe serviu de roupa tinha o fundo tapado. Na lateral havia um pequeno buraco, por onde a água entrava. Conforme as exigências do monarca, apenas suas pernas podiam ser molhadas.

Neste vídeo, slideshow com 57 fotos das idas às praias entre 1900 e 1920.

Leia-se mais em:

domingo, 8 de setembro de 2013

Extrait du film "Les petits Mouchoirs" de Guillaume Canet

Vi hoje este filme.. 
Foi o comentário que deixo em baixo que me levou a procurá-lo.
Tocante. Diálogos admiráveis, expressão corporal extraordinária, trilha sonora óptima. 
 Fica aqui  um extracto do filme  em que  a canção  BO, Talk To Me, de Maxim Nucci  é  interpretada   por Yodelice.  

   

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Há palavras que colam e não despegam e, muitas vezes de tanto serem usadas perdem significado e valor.
Partidocracia para aqui, partidocracia para ali... Já não sei o que é e acho que, como eu, muita gente. Pensava que significava uma degeneração da democracia. Julguei que se tratava de um governo dos partidos, para os partidos e pelos partidos, enquanto a democracia seria o governo do povo, para o povo e pelo povo de que os partidos são representantes. Mas se assim fosse, em vez da palavra e da discussão generalizada e vulgarizada à sua volta, existiria atitude e acção para proteger a democracia em risco.
Ora se não sei o que é a partidocracia de que tanto se fala, desconheço também o significado actual de democracia em Portugal.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

El día que me quieras - Ernesto Aurignac Quartet

É a sensibilidade  que dá razão à vida
Gardel emocionar-se-ia com esta interpretação.




Saxo Alto: Ernesto Aurignac
Piano: José Carra
Contrabajo: Dee Jay Foster
Batería: Santi Colomer

domingo, 1 de setembro de 2013

Romana Kryzanowska ( 1923-2013)



"Without Joe, there wouldn't be a Pilates method. And without Romana, we might have forgotten about it by now. "

Sem Joseph Pilates não existiria o método Plates. E sem Romana talvez este método tivesesse sido esquecido .



The Art of Pilates



Romana Kryzanowska - Biografia 
1)

2)

3)


 Mais notas biográficas em http://en.wikipedia.org/wiki/Romana_Kryzanowska




AYO - Only you

Let's Dance - Short Film By Sam Thomas


Lets Dance - First Place Open Division from Lander University on Vimeo.

First Place (Open Division): Lander 4th annual Film Festival - Short Film Competition

Written and Directed by Sam Thomas

Music: "Let's Dance" by M.Ward (David Bowie Cover)

Adília Lopes – “A sereia das pernas tortas.”


Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia como era bonita.
Quando era bonita, as pessoas diziam-lhe:
— Eu amo-te.
E iam com ela para a cama e para a mesa.
Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:
— Não gosto de ti.
E atiravam-lhe com caroços de azeitona à cabeça.
A mulher pediu a Deus:
— Faz-me bonita ou feia de uma vez por todas e para sempre.
Então Deus fê-la feia.
A mulher chorou muito porque estava sempre a apanhar com caroços de azeitona e a ouvir coisas feias. Só os animais gostavam sempre dela, tanto quando era bonita como quando era feia como agora que era sempre feia. Mas o amor dos animais não lhe chegava. Por isso deitou-se a um poço. No poço, estava um peixe que comeu a mulher de um trago só, sem a mastigar.
Logo a seguir, passou pelo poço o criado do rei, que pescou o peixe.
Na cozinha do palácio, as criadas, a arranjarem o peixe, descobriram a mulher dentro do peixe. Como o peixe comeu a mulher mal a mulher se matou e o criado pescou o peixe mal o peixe comeu a mulher e as criadas abriram o peixe mal o peixe foi pescado pelo criado, a mulher não morreu e o peixe morreu.
As criadas e o rei eram muito bonitos. E a mulher ali era tão feia que não era feia. Por isso, quando as criadas foram chamar o rei e o rei entrou na cozinha e viu a mulher, o rei apaixonou-se pela mulher.
— Será uma sereia? — perguntaram em coro as criadas ao rei.
— Não, não é uma sereia porque tem duas pernas, muito tortas, uma mais curta do que a outra — respondeu o rei às criadas.
E o rei convidou a mulher para jantar.
Ao jantar, o rei e a mulher comeram o peixe. O rei disse à mulher quando as criadas se foram embora:
— Eu amo-te.
Quando o rei disse isto, sorriu à mulher e atirou-lhe com uma azeitona inteira à cabeça. A mulher apanhou a azeitona e comeu-a. Mas, antes de comer a azeitona, a mulher disse ao rei:
— Eu amo-te.
Depois comeu a azeitona. E casaram-se logo a seguir no tapete de Arraiolos da casa de jantar.



Nota Biográfica
Adília Lopes, pseudónimo literário de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, (Lisboa, 20 de Abril de 1960) é uma poetisa, cronista e tradutora portuguesa. Filha de uma bióloga assistente de Botânica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e de um professor do ensino secundário, Adília Lopes cursou Física na Universidade de Lisboa, licenciatura que abandonou, quase completa, devido a uma psicose esquizo-afectiva, doença da qual sempre falou abertamente, fosse na sua poesia, crónicas, conferências ou entrevistas a meios de comunicação social.
Deixou de estudar por conselho médico e começou a escrever com o intuito de publicar.

Ray Brown trio whith Gene Harris- Summertime

 Do baú...
Admito que este "Summertime" seja uma publicação recorrente.  Seja como for, merece.  
Há  interpretações que  nunca  cansam. Esta é uma delas. Ouço-a sempre pela primeira vez .  

domingo, 21 de julho de 2013

Nuno Lobo Antunes in “Em Nome do Pai”

(… ) A ideia que tenho de mim não envelhece. A minha pele perde lisura. O meu tronco não se dobra com a agilidade de outros tempos, os cabelos desistem e vão tombando, e com eles a vaidade que nada tem que a sustente. Mas o invólucro que me cobre é mera roupagem, porque o protagonista da história que se prolonga do nascimento à morte mantém-se intacto, indiferente ao passar dos anos, como acontece quando sonhamos.

Nuno Lobo Antunes in “Em Nome do Pai”

Keith Richards - All I Have To Do Is Dream


   Tão intimista... é linda esta  versão .  

António Lobo Antunes in “Em Nome do Pai”



(… ) A ideia que tenho de mim não envelhece. A minha pele perde lisura. O meu tronco não se dobra com a agilidade de outros tempos, os cabelos desistem e vão tombando, e com eles a vaidade que nada tem que a sustente. Mas o invólucro que me cobre é mera roupagem, porque o protagonista da história que se prolonga do nascimento à morte mantém-se intacto, indiferente ao passar dos anos, como acontece quando sonhamos.

António Lobo Antunes in “Em Nome do Pai”

The Blues Brothers - Aretha Franklin- "Think"

domingo, 14 de julho de 2013

Gato Fedorento - Não me apetece trabalhar

Algo Estranho Acontece - António Zambujo (ao vivo no Toca e Foge)


Letra e música de Pedro Silva Martins   para  a voz de António Zambujo


Algo Estranho Acontece

O nosso amor chega sempre ao fim
Tu velhinha com o teu ar ruim
E eu velhinho a sair porta fora
Mas de amanhã algo estranho acontece
Tu gaiata vens da catequese
E eu gaiato a correr da escola
Mesmo evitando tudo se repete
O encontrão, a queda, e a dor no pé que
O teu sorriso sempre me consola

No nosso amor tudo continua
O primeiro beijo e a luz da lua
O casamento e o sol de janeiro
Vem a Joana, a Clara e o Martim
Surge a pituxa, a laica e o bobi
E uma ruga a espreitar ao espelho
Com a artrite, a hérnia e a muleta
Tu confundes o nome da neta
E eu não sei onde pus o dinheiro

O nosso amor chega sempre aqui
Ao instante de eu olhar pra ti
Com ar de cordeirinho penitente
Mas nem te lembras bem o que é que eu fiz
E eu com isto também me esqueci
Mas contigo sinto-me contente
Penduro o sobretudo no cabide
Visto o pijama e junto-me a ti de
Sorriso meigo e atrevidamente

Ao teu pé frio, encosto o meu quentinho
E adormecendo lá digo baixinho
Eu vivia tudo novamente


Pedro Silva Martins

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Feldenkrais Class 2 by Baby Liv: Crawling


  Again, natural movement...



Actually, at that age, a child's skull is incredibly soft and as capable of withstanding the support of the floor. The firmer contact is what enables her movement capacity.(irenelyon)



This is a montage of a little baby named Liv doing what babies do during their first year of life.

It is the second video we've produced. Be sure to visit the first clip:http://youtu.be/D9Ko7U1pLlg

In this second clip titled "crawling", we highlight the importance of a child learning movement from the orientation of them being on the front side of their body.

It is from this orientation to their environment that the motion of crawling begins.

We show how using curiosity, exploration and a variety of movement possibilities is an innate part of learning from the beginning, and this highlights key learning principles within The Feldenkrais Method

This has been compiled from a year of footage taken in Whistler, BC. Visit www.thenext25years.com for more information on the project.

Produced by Irene Lyon (formerly Gutteridge)
Directed by Irene Lyon and Jenn Strom
Camera, Writing and Editing by Jenn Strom
Original Music by David Picking

VENDE FRANGO-SE.wmv- Cássia Kiss interpreta a crónica de Martha Medeiros ,"VENDE FRANGO-SE"




VENDE FRANGO-SE

Alguém encontrou esta pérola escrita numa placa em frente a um mercadinho de um morro do Rio: "Vende frango-se". É poesia? Piada? Apenas mais um erro de português? É a vida e ela é inventiva. Eu, que estou sempre correndo atrás de algum assunto para comentar, pensei: isto dá samba, dá letra, dá crônica. Vende frango-se, compra casa-se, conserta sapato-se.

Prefiro isso aos "q tc cmg?" espalhados pelo mundo virtual, prefiro a ingenuidade de um comerciante se comunicando do jeito que sabe, é o "beija eu" dele, o "que vim aqui casa?" de tantos.


Vende carne-se, vende carro-se, vende geléia-se. Não incentivo a ignorância, apenas concedo um olhar mais adocicado ao que é estranho a tanta gente, o nosso idioma. Tão poucos estudam, tão poucos lêem, queremos o quê? Ao menos trabalham, negociam, vendem frangos, ao menos alguns compram e comem e os dias seguem, não importa a localização do sujeito indeterminado. Vive-se.

Talvez eu tenha é ficado agradecida por este senhor ou senhora que anunciou-se de forma errônea, porém inocente, já que é do meu feitio também trocar algumas coisas de lugar, e nem por isso mereço chicotadas, ao contrário: o comerciante do morro me incentivou a me perdoar. Esquecer o nome de um conhecido, não reconhecer uma voz ao telefone, chamar Gustavos de Olavos, confundir os verbos e embaralhar-se toda para falar: sou a rainha das gafes, dos tropeços involuntários. Tento transformar em folclore, já que falta de educação não é. Conserta destrambelhada-se. Eu me ofereço pro serviço. Quem não? Sabemos todos como é constrangedor não acertar, mas lá do alto do seu boteco, ele nos absolve. Ele, o autor de um absurdo, mas um absurdo muito delicado.


Vende frango-se, e eu acho graça é uma coisa boa, sinal de que ainda não estamos tão secos, rudes e patrulheiros, ainda temos grandeza para promover o erro alheio a uma inesperada recriação da gramática, fica eleito o dono da placa o Guimarães Rosa do morro, vale o que está escrito, e do jeito que está escrito, uma vez que entender, todos entenderam. Fica aqui minha homenagem à imperfeição.


Martha Medeiros




segunda-feira, 24 de junho de 2013

Marinero soy de amor por Ferran Savall.



Música do CD Don Quijote De La Mancha: Romances Y Músicas de Jord Savall e Manuel For

O filme foi feito em Parati em um IPhone, por Angela Lago.



Marinero soy de amor

Marinero soy de amor,
y en su piélago profundo,
navego sin esperanza
de llegar a puerto alguno.

Siguiendo voy a una estrella
que desde lejos descubro,
más bella y resplandeciente
que cuantas vió Palinuro.

Yo no sé adónde me guía y,
así, navego confuso,
el alma a mirarla atenta,
cuidadosa y con descuido.


Anónimo (Sefardí) / Miguel de Cervantes
Nota: não é um romance. Nos romances ou xacáras há narração de uma história.



In memoriam :
Era uma vez um ser humano que , de tão de orgulhoso, deixou de ser pessoa para se transformar num caso abstracto.

LCB  

sábado, 22 de junho de 2013

Amy Cuddy: a importância da linguagem corporal



A linguagem corporal influencia o modo como os outros nos vêem, mas pode também mudar a forma como nos vemos a nós próprios. A psicóloga social Amy Cuddy mostra-nos como "adoptar poses de poder" -- assumir uma postura confiante, mesmo quando não nos sentimos confiantes -- pode afectar os níveis de testosterona e cortisol do nosso cérebro, e pode mesmo ter impacto nas nossas hipóteses de sucesso.


  Não tenho dúvida  em afirmar que: 
 - Postura é atitude.
h   -Pilates é um método de exercício físico que realmente melhora a postura do praticante.         

 http://www.pilatesandrea.com :
"It’s no secret that Pilates makes us feel good. But it might be doing more than you think. Amy Cuddy offers us “A free no-tech life hack: change your posture for 2 minutes.”

Yes, our mothers were correct.
Standing up straight is good for you. Cuddy proposes that your posture, indeed great for your body, “could significantly change the way your life unfolds.”
The Pilates Workout: your very own ‘no-tech life hack’

By all reports Joe Pilates was an arrogant man. Consequently, the 2-minute power poses advocated by Cuddy proliferate in your Pilates workout. In each and every workout we have a chance to embrace our inner arrogance and strike a pose, a POWER pose that is. And our power poses MOVE! Change your posture, your mind, your LIFE in 1 hour 3x/week.”

quarta-feira, 19 de junho de 2013

QUE PENA - JORGE BEN & GAL COSTA ao vivo


 Mesmo, mesmo assim!


Subintitulado "Ela já não gosta mais de mim", este samba surgiu no Festival Nacional de MPB da TV Excelsior, em 1968, defendido pelo próprio Jorge Ben, sem conseguir classificação. No ano seguinte, evidenciando o "equívoco" do certame, é   incluído  por Gal Costa no seu primeiro LP / solo (" Gal Costa")  em que  o canta   com Caetano Veloso e com Jorge Ben ao violão.  Tornou-se um sucesso e, até hoje, um clássico.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Paul McCartney - 'I'm Gonna Sit Right Down And Write Myself A Letter'

"At last he makes jazz!"


Obrigada, Zé!

Sobre poderes, deveres , direitos e abuso de direitos

No dia da greve de professores aos Exames Nacionais :  


"E se o governo estava mesmo preocupado com os alunos, podia perfeitamente ter adiado uns míseros dias os exames, que os sindicatos já tinham afirmado que não marcariam outra greve, não podia? Podia."( lido no Facebook) 

E se os professores, que são educadores, se preocupassem com os alunos não poderiam fazer greve fora da época de exames? Podiam e deviam. A greve conferiria outra dignidade e credibilidade às sua reivindicações.
A greve é um direito? É . Mas o exercício de um direito não pode nunca prejudicar princípios de ética fundamentais.

LCB

segunda-feira, 17 de junho de 2013

"Adeus" de António Lobo Antunes, publicado na revista Visão em 2012

* um excerto deste texto consta de uma das provas dos Exames Nacionais de Português do 12º ano , realizadas hoje. 



Adeus

Olho o monte de páginas que ficará no meu lugar na paz de um campo que tratei sozinho: resta-me voltar para casa e fechar a porta.

António Lobo Antunes
12:36 Quinta feira, 25 de Outubro de 2012
  


O meu trabalho está praticamente terminado. Escrevi os livros que queria, da maneira como queria, dizendo o que queria: não altero uma linha ao que fiz e, se me dessem mais cem anos de vida em troca deles, não aceitava. Era exactamente isto que ambicionava fazer. Há uns dez dias acabei o último. Se tiver tempo, e embora a obra esteja redonda

(sempre esteve na minha cabeça deixar a obra redonda)

é possível, seria possível acrescentar uma espécie de post-scriptum. Não sei se vou fazê-lo. Sai um livro em 2012, para o ano uma coleção destes textozitos, em 2014 o que agora terminei e uma última coleção destas prosinhas e acabou-se. No caso de continuar capaz farei então a tal espécie de post-scriptum. E, após isso, ninguém lerá uma só palavra posta por mim num pedaço de papel. Tenho a certeza do valor da minha obra e orgulho-me dela. Em certa medida, no entanto, não me considero o seu autor: foi-me ditada e afigura-se-me um pouco desonesto que o meu nome esteja na capa. O que rodeia a literatura, todas estas traduções, todos estes prémios, todo o ruído que acompanha o sucesso, nunca foi muito importante para mim. Não o é nada agora. Olho o monte de páginas que ficará no meu lugar na paz de um campo que tratei sozinho: resta-me voltar para casa e fechar a porta. Outros que cuidem dele se o entenderem: já não me diz respeito. Se há pessoas que olham o que construí como difícil de entender é porque não compreendem a complexidade da vida, e isso não é culpa minha, é defeito delas. Von Neumann, o descobridor da teoria dos jogos, enunciou-o claramente há anos, ao explicar o problema das variáveis vivas e das variáveis mortas. E as variáveis mortas, tal como ele o demonstrou, são quase inúteis. Basta encostar o ouvido às coisas e a nós mesmos, encostar com atenção o ouvido às coisas e a nós mesmos para nos apercebermos disso. O medo de saber apavora-nos. A ideia de tomar consciência arrepia-nos. Recusamos a possibilidade de viver no interior de nós mesmos. O facto de um livro contar uma história apazigua o nosso lado infantil. Não serve de nada salvo para nos tranquilizar. E continuarmos por fora do que nos inquieta, nos assusta, nos alerta: não escrevi a fim de trazer paz a ninguém. Não me interessou entreter nem divertir nem agitar bichos de peluche diante de pessoas crescidas. Fiz livros para adultos de pé e olhos abertos. Numa conversa com George Steiner, quando eu gabava o Monte dos Vendavais ele interrompeu-me brandamente

- Não acha um bocado histérico?

ao princípio protestei, depois calei-me, depois dei-lhe razão. O facto é que eu não tinha sabido ler. O facto é que eu tinha, sem dar conta disso, pedido um sininho para adormecer. Steiner estava certo e eu errado. Erro muitas vezes, aliás. Mas estou seguro que não errei no meu trabalho, e foi extenuante encontrar a minha voz tal como cada frase me é, me foi sempre extenuante: é a mão que escreve mas o corpo inteiro paga caro, e o cansaço físico de cada dia de escrita é imenso. Para além disso, ao corrigir, metade do que fiz, mais de metade do que fiz, segue para o lixo. Demasiada carne, demasiada gordura até chegar ao osso. A partir de agora, nem mais uma entrevista para um jornal que seja, uma televisão, uma rádio. O que tenho a dizer escrevi-o. Quem tiver olhos que leia, quem não conseguir ler desista. Todas as frases ditas pelo autor são supérfluas. E, a maior parte das vezes, pior que supérfluas: erradas. Não é possível falar racionalmente do que não é racional, explicar o que se passa antes das palavras, desarticular o que é feito de uma peça apenas e a vida do autor só para ele mesmo e, na melhor das hipóteses, para mais meia dúzia de criaturas, poderá ter interesse. A arte, mistério impenetrável, não cabe na razão lógica e qualquer tentativa de a desmontar será sempre inútil. Se fosse possível desmontá-la não seria arte. Permanecerá para sempre secreta e insolúvel. Pode bordar-se em torno mas fora da muralha, nada tem que ver com a inteligência, a razão, o raciocínio dedutivo: existe em si mesma, por si mesma e para si mesma, apenas permeável ao inconsciente e, no entanto, ao tocar-nos no inconsciente muda a nossa percepção do mundo e de nós mesmos em consequência de um mecanismo que nos escapa. Só o mistério nos faz viver, insistia Lorca, só o mistério nos faz viver.

Pelo teu amor dói-me o ar

o coração e o chapéu.

Isto, aparentemente, não significa nada e, no entanto, faz-nos vibrar como cordas. Julgo que, até hoje, foi Pitágoras quem mais se aproximou da compreensão visceral da criação. A gente lê-o, sente-o a um pequeno passo da solução e dá fé que esse pequeno passo nunca será esboçado porque não é possível avançar.

O meu trabalho está praticamente terminado. O resto fica por vossa conta e eu estarei muito longe já. É inevitável. Governem-se, se forem capazes, com a chave que vos deixo, se é que ela existe, ou não existe, ou existem várias, ou existem muitas, mudando constantemente. De cada vez, por exemplo, que oiço um quarteto de Beethoven oiço música nova. Como se pode agarrar, digam-me lá, o que constantemente muda?

Ler mais: http://visao.sapo.pt/adeus=f692839#ixzz2WW1oOpMB

domingo, 16 de junho de 2013

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Rui Veloso / Nancy Vieira "Canção de alterne"

Completamente emocional.... impossível não sentir...que bonito!


Neste vídeo  aparecem também Luís Jardim, Carlos Tê ( autor da letra da canção) e, julgo que, Bernardo Sassetti ao piano.


Pára de chorar
E dizer que nunca mais vais ser feliz
Não há ninguém a conspirar
Para fazer destinos
Negros de raiz
Pára de chorar
Não ligues a quem diz
Que há nos astros o poder
De marcar alguém
Só por prazer
Por isso pára de chorar
Carrega no batom
Abusa do verniz
Põe os pontos nos Is
Nem Deus tem o dom
De escolher quem vai ser feliz

Pára de sorrir
E exibir a tua felicidade
Só por leviandade
Se pode sorrir assim
Num estado de graça
Que até ofende quem passa
Como se não haja queda
No Universo
E a vida seja moeda
Sem reverso
Por isso pára de sorrir
Não abuses dessa hora
Ela pode atrair
O ciúme e a inveja
Tu não perdes pela demora
E a seguir tudo se evapora


Carlos Tê

Vira de Nossa Senhora da Agonia ao vivo em Viana do Castelo

Peca pela bateria que, na minha opinião ,  está a mais.



segunda-feira, 10 de junho de 2013

Paula Oliveira em "Fado Perseguição" de Carlos da Maia com poema de Luis Vaz de Camões " Vos tenéis mi corazón"

Sobre Paula Oliveira: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paula_Oliveira 



Vos tenéis mi corazón

Mi corazón me han robado;
y Amor viendo mis enojos,
me dijo: "Fuete llevado
por los más hermosos ojos
que desque vivo he mirado.
Gracias sobrenaturales
te lo tienen en prisión".
Y si Amor tiene razón,
señora, por las señales,
vos tenéis mi corazón.

 Luíz Vaz de Camões


Luís de Camões -- Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões


"(...)Do ponto de vista conceptual é um dos mas perfeitos sonetos camonianos.Todo ele afirma a instabilidade do mundo. É importante ressaltar que, enquanto as mudanças na natureza seguem a um ritmo previsível ( como as mudanças de natureza, por exemplo), as alterações sofridas pelas pessoas são causa inevitável de sofrimento, porque vêm associadas à passagem do tempo (...).
in LITERATURA & LINGUAGENS: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades - Camões...   

domingo, 9 de junho de 2013

Júlio Resende - "Fado" (Gaivota) HD



"Este video é uma homenagem a uma Música que eu amo, por ser a Nossa, carregada de sal e saudade, e porque só quer e só tem uma única condição para existir: vir do coração."

Júlio ResendeO pianista Júlio Resende, foi inicialmente orientado pelo pedagogo do Jazz nacional, Zé Eduardo, prosseguindo os seus estudos com Rodrigo Gonçalves, Mário Laginha e Pedro Moreira, outro grande pedagogo português. Resende tem também um background na Música Clássica mas cedo descobriu que não ficava satisfeito em ser apenas um intérprete de peças musicais em que não pudesse improvisar. Participou em vários Workshops onde pode trabalhar com os melhores mestres do Hot Clube, New School for Jazz and Contemporary Music, a Berklee College of Music, e a Bill Evans Academy entre o tempo que passou na Université de St. Denis em Paris.

Em 2006, licencia-se em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e em 2007 lecciona o curso de Piano-Jazz na Escola JBJazz e m Lisboa.

Actualmente é professor de piano-Jazz na Universidade de Aveiro  no âmbito de Mestrado em Música Jazz


Maria João Jazz Quintet - Take Five

Emma, Le Trefle

Anúncio publicitário de uma marca de papel higiénico francesa




quarta-feira, 5 de junho de 2013

Paulinho da Viola-A Dança da da Solidão

Volto sempre ao Brasil, sem nunca ter lá ido...
A Dança da da Solidão, samba composto em 1972, é uma  das canções que me fazem viajar . É essa ilusão que tenho quando ouço cantar o "poema da desilusão". Pura magia!
Há várias versões deste tema ( por exemplo a de Marisa Monte é excelente), mas esta que aqui deixo é a versão samba cantada pelo seu autor, cujo timbre aparentemente desafinado lhe dá um toque especial. Como alguém dizia, absolutamente sublime.
  

       

Paulo Cesar Batista de Faria (Paulinho da Viola) um dos maiores e mais talentosos compositores brasileiros nasceu em 12/11/1942 no Rio de Janeiro é também cantor e excelente violonista( de violão no Brasil,  viola em Portugal ou  guitarra clássica .)

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Poemas do meu tempo triste por NICOLAU D'ABREU


OBJECÇÃO


Mas é bom que saibas
que é porque te adoro
que procedo assim!

Na planície nua,
árida,
sem flores,
tão soalheira que parece intemporal,
procuro tua imagem,
teimoso.
Não sei,
confesso,
se vou correndo atrás de uma miragem,
sinal do que tenho dentro,
se estou construindo dor no meu futuro.

À planície nua,
árida,
sem flores,
dei tudo quando ainda tinha,
até o húmus que já ia nascendo
no canteiro que juntos semeámos.
E vou ficar só,
esmagado entre o amor e o dever,
perdido entre cartas ao baralho,
pensando para mim que te adoro,
mas tendo de ficar como espartilho
- nesta via senil de descer suavemente
os degraus que me afastam do teu "podium".

Sombras negras hão-de cobrir,
hão-de destruir
o pouco que me sobra luminoso,
que ainda eu perseguirei
triste,
teimoso,
a tua imagem...

Na planície nua,
árida,
sem flores,
do canteiro que juntos semeámos,
restarão só translúcidos vapores
que subirão, um dia, ao céu azul
a mostrarem o muito que te queria
nesse tempo que então será passado.

Mas é bom que saibas
que é porque te adoro
que vou deixando,
em cada degrau desta branca escadaria,
as poucas lágrimas que ainda sobram,
deste velho corpo enfim exausto.

Saudade é já palavra vã,
mas a dor está,
e ficará,
em mim.

Não te preocupes, se choro.

Mas nunca esqueças
que é porque te adoro
que procedo assim!

NICOLAU D'ABREU 



       Fotografia de João Castelo-Branco
      //www.facebook.com/pages/ARTPHOTO-JOÃOCB

VVeronica Nunn / Michael Franks duet - When I Give My Love To You

"Perfect balance! Michael, so smooth, and Veronica, so powerful"

sexta-feira, 17 de maio de 2013

My Hunger Hurts - Club des Belugas Quartet - Live at the Rex Theatre 2010


E por falar em sensibilidade....

" Que paz, que canción de cuna !"
(Jesus Luis Martinez-Corbalan Fernandez)





Club des Belugas - Live in Wuppertal 2010
anna luca: vocals
Christian Mohrhenn: Drums
Mathias Hoederath: Keyboards
Jonas Bareiter: Bass

quinta-feira, 16 de maio de 2013

ALI_SE: O estúpido e a estupidez




ALI_SE: O estúpido e a estupidez:http://alisenao.blogspot.pt/2012/04/o-estupido-e-estupidez.html?spref=bl


A estupidez deve-se à falta de sensibilidade.

Os insensíveis dão-se bem com os estúpidos.

E há “inteligentes” que são mesmo estúpidos, e são aqueles que a sua esperteza é proporcional à sua estupidez.

E quando a estupidez impera, vivem-se momentos estúpidos.

O Hitler era estúpido.

A insensibilidade é sinónimo de indiferença, inércia, marasmo, falta de entusiasmo, frieza, crueldade e desumanidade.

E a sensibilidade é sinónimo de senso, sentido, sensatez, exactidão, vivacidade, compreensão, bondade, coerência, entendimento, solidariedade, humanidade.

A razão enquanto mais-valia para o ser humano e para a humanidade deve-se a tudo o que foi feito com sensibilidade.

A razão é sensível.



ALICE VALENTE


Brushy One String - Chicken in The Corn (Official Video)


Demais!!!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Rua de Nenhures ( 63 poemas de amor) de Pedro Tamen



5.

Guardarás numa caixinha virtual

o que não fiz por ti,

a mão que não chegou à sobrancelha

que nem aflorou,

o beijo repetido nas palavras

sem que o tacto

o multiplicasse qual se desejava.

Nessa caixa de nada não tardará depois

a não estares só tu,

a não estar só eu, a estarmos só os dois.


in Rua de Nenhures, 2011
© Pedro Tamen



5.

You shall keep in a small virtual box

what I haven’t done for you,

the hand that didn’t reach your brow,

didn’t even try,

the kiss repeated in words

without the touch

multiplying it as wished.

Inside that box of nothing it won’t take long

for you not to be the only one,

for me not to be the only one, for us to be the only ones.


© Translated by Ana Hudson, 2010



quinta-feira, 9 de maio de 2013

domingo, 28 de abril de 2013

Carmen Souza canta " Os Bravos" de Zeca Afonso

Carmen Souza é uma cantora e compositora,  nascida em Lisboa em 1981 numa família cabo-verdiana. (https://www.facebook.com/carmensouzaofficial)




Arranjo- Carmen Souza e Theo Pas'cal
Carmen Souza - Voz
Theo Pas'cal -Contrabaixo
Jonathan Idiagbonya - Piano
Sebastian Scheriff - Percursão




Os Bravos
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem
Para ver se embravecia
Cada vez fiquei mais manso
Bravo meu bem
Para a tua companhia

Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem
Com o meu vestido vermelho
O que eu vi de lá mais bravo
Bravo meu bem
Foi um mansinho coelho

As ondas do mar são brancas
Bravo meu bem
E no meio amarelas
Coitadinho de quem nasce
Bravo meu bem
P'ra morrer no meio delas


Zeca Afonso