quarta-feira, 27 de julho de 2016

Eleve-se e chegue longe (Lift and reach), diria Joseph Pilates

Ontem  foi um dia em que estava  lua... não perdi o sobretudo , mas as chaves todas, sobretudo aquela que me permitiria dar uma aula "normal"
 No entanto  a Elsa , que treina comigo há dois anos e conhece  estas minhas fases, dispôs-se com a maior das boas vontades a ter aula no "sitio" dela, um estúdio de cerâmica e restauros.
 Ao calor do dia   juntava-se o do forno que,  àquela hora da tarde, costuma estar sempre ligado.
Não havia colchão, nem nada que o substituísse. Aquele chão,  de mosaico, é muito duro.

Há pessoas com uma força de vontade incrível e que não cedem às contrariedades .E a Elsa é uma delas . Tem artroses congénitas em várias( muitas) articulações que,  ainda em criança,  se manifestaram primeiro nos joelhos a que já foi operada duas vezes. Este ano já teve várias crises, mas esta mulher, cujo trabalho requer , além da criatividade, força e agilidade, não desiste : faz natação e treina Pilates como se de nada sofresse, como se as dores  não fossem as delas .
A Elsa, como se pode ver pela fotografias ,  é uma atleta,  compreende o exercício, a importância dele e executa-o admiravelmente.
 São exemplos deste que nos incentivam , que nos fazem querer continuar e melhorar. E quando a Elsa diz
  "Sabes? Isto faz-me falta"  eu fico  muito, mas muito contente.
 Sim, ontem perdi as chaves, mas em compensação  guardei  alguns momentos do treino. Fiquei a ganhar.
 LCB





quinta-feira, 21 de julho de 2016

Lira ( canção tradicional dos Açores)

Morte que mataste Lira,
Morte que mataste Lira,
Morte que mataste Lira,
Mata-me a mim, que sou teu!

Morte que mataste lira
Mata-me a mim que sou teu
Mata-me com os mesmos ferros
Com que a lira morreu

A lira por ser ingrata
Tiranamente morreu
A morte a mim não me mata
Firme e constante sou eu

Veio um pastor lá da serra
À minha porta bateu
Veio me dar por notícia
Que a minha lira morreu
 
 ( há  imensas variações  na letra :  as interpretações abaixo não coincidem com esta versão nem entre elas)


Na voz de Adriano Correia de Oliveira , uma das  melhores vozes masculinas da música portuguesa,



Na nova versão de Lúcia Moniz e Pierre Aderne,

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Rui Veloso | Máquina Zero

 Este vídeo é uma preciosidade.
 Sobre ele escreve Nana Sousa Dias :

"Isto foi em 1983 e não em 1993. Além do Rui Veloso, está o Paleka (bateria), Manuel Paulo (teclados), Manuzé (baixo), Luís Moreira (trompete) e eu (saxofone tenor). A gravação deste vídeo foi só rir! Até o representante da editora (Valentim de Carvalho) , o David Ferreira, foi obrigado a participar pois era o único que tinha umas calças largas que caíam sozinhas, o resto da malta estava de jeans. As calças que se vêem a cair aos pés, são do David..."

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Jean Cocteau à propos du jazz

mna mna muppet show

 Just love it, no question about it

Norma Winstone - Distance

"There are no signs in the distance  that lies in between us.
 How can we know where to go?
Anyone's guess, Trust less and less what we know,
There is a city of unfathomed streets below,
 Where it is best not to go, not to know,
Keep our distance."




A importância do futebol para Albert Camus

Li em Em FOLHA SECA , o sítio do jogo bonito:

Quando em 1949 aterrou no Brasil, onde foi fazer uma série de conferências em várias cidades, Albert Camus fez um pedido: “Levem-me a ver um jogo de futebol.”

Aquele desejo seria coisa pouco comum para outro reconhecido intelectual do século XX, mas não para o escritor franco-argelino.
“Em Camus não havia nenhum vestígio dessa personagem odiosa que é a celebridade itinerante. Não parecia um homem de letras. Era um homem da rua, um simples homem”, contou Manoel Bandeira, poeta pernambucano que conviveu com ele aquando da sua visita ao Recife.
Camus era um pied noir (“pé negro”, nome pelo qual eram conhecidos os franceses nascidos na Argélia). Nasceu a 7 de novembro de 1913, há exatamente 100 anos, na cidade argelina de Mondovi, hoje Dréan, e viveu a infância na pobreza. O seu pai, francês, pereceu na batalha de Marne, na I Guerra Mundial, e muito jovem teve de trabalhar com o tio, como tanoeiro, para ajudar ao sustento da família. Na verdade, ele só conseguiu chegar à universidade graças ao auxílio dos professores.

E foi no Racing Universitário de Argel que Camus teve contacto com o futebol. Entre 1928 e 1930, foi guarda-redes na equipa que mais tarde sagrar-se-ia bicampeã norte-africana. Um título que Camus não comemorou, já que aos 17 anos teve de abandonar o desporto após lhe ter sido detetada uma tuberculose.

Seguiu o caminho como escritor, foi para Paris, combateu a ocupação nazi na II Guerra, como jornalista na redação do jornal Combat. Publicou a sua primeira grande obra de ficção, O Estrangeiro, em 1943, esteve próximo do partido comunista e com o movimento anarquista e em 1957 ganhou o Nobel da Literatura, três anos antes de falecer em Villeblevin, vítima de um acidente de viação.

A carreira consagrada como filósofo, jornalista e escritor não impediu ainda assim Camus de regressar às origens. “Prefiro futebol a uma peça de teatro, sem hesitações”, terá respondido um dia ao seu amigo Charles Poncet. Nas suas memórias, ficaram como nunca gravados aqueles momentos passados nas duas épocas como guarda-redes do Racing Universitário de Argel. A tal ponto, que para a posteridade, tal como as suas obras, ficou célebre uma frase sobre o que ficou a dever ao desporto e aprendeu naquele pequeno clube da sua adolescência: “Tudo quanto sei com maior certeza sobre a moral e as obrigações dos homens devo-o ao futebol.”

Em FOLHA SECA , o sítio do jogo bonito