quarta-feira, 27 de abril de 2016

segunda-feira, 25 de abril de 2016

25 de Abril e Liberdade de Expressão

O 25 de Abril foi muito importante, porque sem ele não haveria facebook, blogues e afins .... a possibilidade de dizer BODEGAS como esta, ou outra completamente diferente.
A quantidade de coisas que hoje se podem dizer é quase infinita, se exceptuarmos a LEVE CENSURA do política e socialmente correcto, daquele(s) e daquela(s), etc. .........(por aí adiante que agora estou sem paciência ) .
Tenho o direito de pensar e escrever que tamanha LIBERDADE reduz a EXPRESSIVIDADE. A quantidade raramente gera qualidade, menos é mais, quanto menos, melhor .
Ou seja: tudo que o cada um de nós diz ( e somos muitos ) rindo ou chorando, com ou sem cravo na mão, mesmo que seja do agrado de vários outros, não serve o conjunto que é o povo português .
Se a LIBERDADE DE EXPRESSÃO é sempre fundamental, convém não a desbaratar, desvirtuando-a. Há momentos em que ela é crucial para unir as pessoas, devolver ao povo ( que somos todos , embora alguns se julguem ..."sei lá!") essa força que ele, em democracia, confiou ao poder politico.
Ora não é verdade que há tanto tempo atravessamos momentos desses? Atrevo-me, porque posso, a perguntar.
LCB

sexta-feira, 15 de abril de 2016

The Doors and John Lee Hooker - Roadhouse Blues

I don't know, how, where, who did this, but  sounds amazing!
They will play together, all night long... forever.


quarta-feira, 13 de abril de 2016

Desafinado- Quarteto Jobim Morelenbaum


Se você insiste em clasificar meu comportamento de anti-musical , eu mesmo mentindo devo argumentar  que isso é bossa nova , isso é muito natural.


Paulo Jobim (violão e voz), Daniel Jobim (piano e voz), Jaques Morelenbaum (violoncelo) e Paula Morelenbaum (voz).
O reportório é baseado na obra de Antônio Carlos Jobim.

One For My Baby

Baryshnikov so, sooooo ....



It's quarter to three,
There's no one in the place 'cept you and me
So set 'em' up joe
I got a little story I think you oughtta know

We're drinking my friend
To the end of a brief episode
So make it one for my baby
And one more for the road

I know the routine
Put another nickel in that there machine
I'm feeling so bad
Won't you make the music easy and sad

I could tell you a lot
But you gotta to be true to your code
So make it one for my baby
And one more for the road

You'd never know it
But buddy I'm a kind of poet
And I've got a lot of things I want to say
And when I'm gloomy, won't you listen to me
Till it's all, all talked away

Well, that's how it goes
And joe I know you're gettin' anxious to close
So thanks for the cheer
I hope you didn't mind
My bending your ear

But this torch that I found
It's gotta be drowned
Or it soon might explode
So make it one for my baby
And one more for the road

DINIS MACHADO em REDUTO QUASE FINAL



                 Qual é o lado mais cómico disto?

   
    Uma das primeiras grandes revelações da minha infância, ao surpreender as coisas, foi verificar que me interrogava, invariavelmente, assim: qual é o lado mais cómico disto? Os desfiles militantes, as cerimónias religiosas, os cumprimentos obsequiosos e constrangedores, os adereços excessivos da autoridade, as exigências rígidas da hierarquia, os compromissos artificiosos. E eu: qual é o lado mais cómico disto? Daí a fazer esta pergunta interior em qualquer situação dramática, foi um passo. A doença , a brutalidade , a estupidez , a intolerância, a maldade pura, a alucinação despótica - até o leito do sofrimento, o leito da morte. E eu : qual é o lado mais cómico disto ?


    Andava nessa altura a rir-me muito com as caras burlescas do cinema, não sabia que Shakespeare e Bergman existiam, ainda não tinha lido alguns livros trágicos e patéticos - e se soubesse que devia ter a faculdade de me rir de mim próprio, sabia-o sem o saber. Quando uma vez caí, a patinar no passeio com botas cardadas, e parti o dente da frente, fiz a pergunta calada e sacramental, enquanto as pessoas olhavam para mim:
- Qual é o lado mais cómico disto?
     Quando a infância começou a ser perturbada por desetendimentos mais amplos com o real, insisti na defesa da minha alegria, do meu prazer de viver. E até na dor que retirava dos que amava ( dos meus avós, das minha velhas tias, por exemplo), e até na morte, que sempre me surpreendia, protegia-me com essa frase defensiva, essa armadura de sol, de chuva e de subir a escada a quatro e quatro.
    Creio que os cómicos do cinema me compreendiam melhor do que ninguém. Habitavam o coração do desastre com a desenvoltura, o corpo de borracha e a paciência dos grandes missionários da naturalidade.