segunda-feira, 24 de junho de 2013

Marinero soy de amor por Ferran Savall.



Música do CD Don Quijote De La Mancha: Romances Y Músicas de Jord Savall e Manuel For

O filme foi feito em Parati em um IPhone, por Angela Lago.



Marinero soy de amor

Marinero soy de amor,
y en su piélago profundo,
navego sin esperanza
de llegar a puerto alguno.

Siguiendo voy a una estrella
que desde lejos descubro,
más bella y resplandeciente
que cuantas vió Palinuro.

Yo no sé adónde me guía y,
así, navego confuso,
el alma a mirarla atenta,
cuidadosa y con descuido.


Anónimo (Sefardí) / Miguel de Cervantes
Nota: não é um romance. Nos romances ou xacáras há narração de uma história.



In memoriam :
Era uma vez um ser humano que , de tão de orgulhoso, deixou de ser pessoa para se transformar num caso abstracto.

LCB  

sábado, 22 de junho de 2013

Amy Cuddy: a importância da linguagem corporal



A linguagem corporal influencia o modo como os outros nos vêem, mas pode também mudar a forma como nos vemos a nós próprios. A psicóloga social Amy Cuddy mostra-nos como "adoptar poses de poder" -- assumir uma postura confiante, mesmo quando não nos sentimos confiantes -- pode afectar os níveis de testosterona e cortisol do nosso cérebro, e pode mesmo ter impacto nas nossas hipóteses de sucesso.


  Não tenho dúvida  em afirmar que: 
 - Postura é atitude.
h   -Pilates é um método de exercício físico que realmente melhora a postura do praticante.         

 http://www.pilatesandrea.com :
"It’s no secret that Pilates makes us feel good. But it might be doing more than you think. Amy Cuddy offers us “A free no-tech life hack: change your posture for 2 minutes.”

Yes, our mothers were correct.
Standing up straight is good for you. Cuddy proposes that your posture, indeed great for your body, “could significantly change the way your life unfolds.”
The Pilates Workout: your very own ‘no-tech life hack’

By all reports Joe Pilates was an arrogant man. Consequently, the 2-minute power poses advocated by Cuddy proliferate in your Pilates workout. In each and every workout we have a chance to embrace our inner arrogance and strike a pose, a POWER pose that is. And our power poses MOVE! Change your posture, your mind, your LIFE in 1 hour 3x/week.”

quarta-feira, 19 de junho de 2013

QUE PENA - JORGE BEN & GAL COSTA ao vivo


 Mesmo, mesmo assim!


Subintitulado "Ela já não gosta mais de mim", este samba surgiu no Festival Nacional de MPB da TV Excelsior, em 1968, defendido pelo próprio Jorge Ben, sem conseguir classificação. No ano seguinte, evidenciando o "equívoco" do certame, é   incluído  por Gal Costa no seu primeiro LP / solo (" Gal Costa")  em que  o canta   com Caetano Veloso e com Jorge Ben ao violão.  Tornou-se um sucesso e, até hoje, um clássico.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Paul McCartney - 'I'm Gonna Sit Right Down And Write Myself A Letter'

"At last he makes jazz!"


Obrigada, Zé!

Sobre poderes, deveres , direitos e abuso de direitos

No dia da greve de professores aos Exames Nacionais :  


"E se o governo estava mesmo preocupado com os alunos, podia perfeitamente ter adiado uns míseros dias os exames, que os sindicatos já tinham afirmado que não marcariam outra greve, não podia? Podia."( lido no Facebook) 

E se os professores, que são educadores, se preocupassem com os alunos não poderiam fazer greve fora da época de exames? Podiam e deviam. A greve conferiria outra dignidade e credibilidade às sua reivindicações.
A greve é um direito? É . Mas o exercício de um direito não pode nunca prejudicar princípios de ética fundamentais.

LCB

segunda-feira, 17 de junho de 2013

"Adeus" de António Lobo Antunes, publicado na revista Visão em 2012

* um excerto deste texto consta de uma das provas dos Exames Nacionais de Português do 12º ano , realizadas hoje. 



Adeus

Olho o monte de páginas que ficará no meu lugar na paz de um campo que tratei sozinho: resta-me voltar para casa e fechar a porta.

António Lobo Antunes
12:36 Quinta feira, 25 de Outubro de 2012
  


O meu trabalho está praticamente terminado. Escrevi os livros que queria, da maneira como queria, dizendo o que queria: não altero uma linha ao que fiz e, se me dessem mais cem anos de vida em troca deles, não aceitava. Era exactamente isto que ambicionava fazer. Há uns dez dias acabei o último. Se tiver tempo, e embora a obra esteja redonda

(sempre esteve na minha cabeça deixar a obra redonda)

é possível, seria possível acrescentar uma espécie de post-scriptum. Não sei se vou fazê-lo. Sai um livro em 2012, para o ano uma coleção destes textozitos, em 2014 o que agora terminei e uma última coleção destas prosinhas e acabou-se. No caso de continuar capaz farei então a tal espécie de post-scriptum. E, após isso, ninguém lerá uma só palavra posta por mim num pedaço de papel. Tenho a certeza do valor da minha obra e orgulho-me dela. Em certa medida, no entanto, não me considero o seu autor: foi-me ditada e afigura-se-me um pouco desonesto que o meu nome esteja na capa. O que rodeia a literatura, todas estas traduções, todos estes prémios, todo o ruído que acompanha o sucesso, nunca foi muito importante para mim. Não o é nada agora. Olho o monte de páginas que ficará no meu lugar na paz de um campo que tratei sozinho: resta-me voltar para casa e fechar a porta. Outros que cuidem dele se o entenderem: já não me diz respeito. Se há pessoas que olham o que construí como difícil de entender é porque não compreendem a complexidade da vida, e isso não é culpa minha, é defeito delas. Von Neumann, o descobridor da teoria dos jogos, enunciou-o claramente há anos, ao explicar o problema das variáveis vivas e das variáveis mortas. E as variáveis mortas, tal como ele o demonstrou, são quase inúteis. Basta encostar o ouvido às coisas e a nós mesmos, encostar com atenção o ouvido às coisas e a nós mesmos para nos apercebermos disso. O medo de saber apavora-nos. A ideia de tomar consciência arrepia-nos. Recusamos a possibilidade de viver no interior de nós mesmos. O facto de um livro contar uma história apazigua o nosso lado infantil. Não serve de nada salvo para nos tranquilizar. E continuarmos por fora do que nos inquieta, nos assusta, nos alerta: não escrevi a fim de trazer paz a ninguém. Não me interessou entreter nem divertir nem agitar bichos de peluche diante de pessoas crescidas. Fiz livros para adultos de pé e olhos abertos. Numa conversa com George Steiner, quando eu gabava o Monte dos Vendavais ele interrompeu-me brandamente

- Não acha um bocado histérico?

ao princípio protestei, depois calei-me, depois dei-lhe razão. O facto é que eu não tinha sabido ler. O facto é que eu tinha, sem dar conta disso, pedido um sininho para adormecer. Steiner estava certo e eu errado. Erro muitas vezes, aliás. Mas estou seguro que não errei no meu trabalho, e foi extenuante encontrar a minha voz tal como cada frase me é, me foi sempre extenuante: é a mão que escreve mas o corpo inteiro paga caro, e o cansaço físico de cada dia de escrita é imenso. Para além disso, ao corrigir, metade do que fiz, mais de metade do que fiz, segue para o lixo. Demasiada carne, demasiada gordura até chegar ao osso. A partir de agora, nem mais uma entrevista para um jornal que seja, uma televisão, uma rádio. O que tenho a dizer escrevi-o. Quem tiver olhos que leia, quem não conseguir ler desista. Todas as frases ditas pelo autor são supérfluas. E, a maior parte das vezes, pior que supérfluas: erradas. Não é possível falar racionalmente do que não é racional, explicar o que se passa antes das palavras, desarticular o que é feito de uma peça apenas e a vida do autor só para ele mesmo e, na melhor das hipóteses, para mais meia dúzia de criaturas, poderá ter interesse. A arte, mistério impenetrável, não cabe na razão lógica e qualquer tentativa de a desmontar será sempre inútil. Se fosse possível desmontá-la não seria arte. Permanecerá para sempre secreta e insolúvel. Pode bordar-se em torno mas fora da muralha, nada tem que ver com a inteligência, a razão, o raciocínio dedutivo: existe em si mesma, por si mesma e para si mesma, apenas permeável ao inconsciente e, no entanto, ao tocar-nos no inconsciente muda a nossa percepção do mundo e de nós mesmos em consequência de um mecanismo que nos escapa. Só o mistério nos faz viver, insistia Lorca, só o mistério nos faz viver.

Pelo teu amor dói-me o ar

o coração e o chapéu.

Isto, aparentemente, não significa nada e, no entanto, faz-nos vibrar como cordas. Julgo que, até hoje, foi Pitágoras quem mais se aproximou da compreensão visceral da criação. A gente lê-o, sente-o a um pequeno passo da solução e dá fé que esse pequeno passo nunca será esboçado porque não é possível avançar.

O meu trabalho está praticamente terminado. O resto fica por vossa conta e eu estarei muito longe já. É inevitável. Governem-se, se forem capazes, com a chave que vos deixo, se é que ela existe, ou não existe, ou existem várias, ou existem muitas, mudando constantemente. De cada vez, por exemplo, que oiço um quarteto de Beethoven oiço música nova. Como se pode agarrar, digam-me lá, o que constantemente muda?

Ler mais: http://visao.sapo.pt/adeus=f692839#ixzz2WW1oOpMB

domingo, 16 de junho de 2013

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Rui Veloso / Nancy Vieira "Canção de alterne"

Completamente emocional.... impossível não sentir...que bonito!


Neste vídeo  aparecem também Luís Jardim, Carlos Tê ( autor da letra da canção) e, julgo que, Bernardo Sassetti ao piano.


Pára de chorar
E dizer que nunca mais vais ser feliz
Não há ninguém a conspirar
Para fazer destinos
Negros de raiz
Pára de chorar
Não ligues a quem diz
Que há nos astros o poder
De marcar alguém
Só por prazer
Por isso pára de chorar
Carrega no batom
Abusa do verniz
Põe os pontos nos Is
Nem Deus tem o dom
De escolher quem vai ser feliz

Pára de sorrir
E exibir a tua felicidade
Só por leviandade
Se pode sorrir assim
Num estado de graça
Que até ofende quem passa
Como se não haja queda
No Universo
E a vida seja moeda
Sem reverso
Por isso pára de sorrir
Não abuses dessa hora
Ela pode atrair
O ciúme e a inveja
Tu não perdes pela demora
E a seguir tudo se evapora


Carlos Tê

Vira de Nossa Senhora da Agonia ao vivo em Viana do Castelo

Peca pela bateria que, na minha opinião ,  está a mais.



segunda-feira, 10 de junho de 2013

Paula Oliveira em "Fado Perseguição" de Carlos da Maia com poema de Luis Vaz de Camões " Vos tenéis mi corazón"

Sobre Paula Oliveira: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paula_Oliveira 



Vos tenéis mi corazón

Mi corazón me han robado;
y Amor viendo mis enojos,
me dijo: "Fuete llevado
por los más hermosos ojos
que desque vivo he mirado.
Gracias sobrenaturales
te lo tienen en prisión".
Y si Amor tiene razón,
señora, por las señales,
vos tenéis mi corazón.

 Luíz Vaz de Camões


Luís de Camões -- Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões


"(...)Do ponto de vista conceptual é um dos mas perfeitos sonetos camonianos.Todo ele afirma a instabilidade do mundo. É importante ressaltar que, enquanto as mudanças na natureza seguem a um ritmo previsível ( como as mudanças de natureza, por exemplo), as alterações sofridas pelas pessoas são causa inevitável de sofrimento, porque vêm associadas à passagem do tempo (...).
in LITERATURA & LINGUAGENS: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades - Camões...   

domingo, 9 de junho de 2013

Júlio Resende - "Fado" (Gaivota) HD



"Este video é uma homenagem a uma Música que eu amo, por ser a Nossa, carregada de sal e saudade, e porque só quer e só tem uma única condição para existir: vir do coração."

Júlio ResendeO pianista Júlio Resende, foi inicialmente orientado pelo pedagogo do Jazz nacional, Zé Eduardo, prosseguindo os seus estudos com Rodrigo Gonçalves, Mário Laginha e Pedro Moreira, outro grande pedagogo português. Resende tem também um background na Música Clássica mas cedo descobriu que não ficava satisfeito em ser apenas um intérprete de peças musicais em que não pudesse improvisar. Participou em vários Workshops onde pode trabalhar com os melhores mestres do Hot Clube, New School for Jazz and Contemporary Music, a Berklee College of Music, e a Bill Evans Academy entre o tempo que passou na Université de St. Denis em Paris.

Em 2006, licencia-se em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e em 2007 lecciona o curso de Piano-Jazz na Escola JBJazz e m Lisboa.

Actualmente é professor de piano-Jazz na Universidade de Aveiro  no âmbito de Mestrado em Música Jazz


Maria João Jazz Quintet - Take Five

Emma, Le Trefle

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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Paulinho da Viola-A Dança da da Solidão

Volto sempre ao Brasil, sem nunca ter lá ido...
A Dança da da Solidão, samba composto em 1972, é uma  das canções que me fazem viajar . É essa ilusão que tenho quando ouço cantar o "poema da desilusão". Pura magia!
Há várias versões deste tema ( por exemplo a de Marisa Monte é excelente), mas esta que aqui deixo é a versão samba cantada pelo seu autor, cujo timbre aparentemente desafinado lhe dá um toque especial. Como alguém dizia, absolutamente sublime.
  

       

Paulo Cesar Batista de Faria (Paulinho da Viola) um dos maiores e mais talentosos compositores brasileiros nasceu em 12/11/1942 no Rio de Janeiro é também cantor e excelente violonista( de violão no Brasil,  viola em Portugal ou  guitarra clássica .)