No dia 6 de Outubro de 1974 todo o país se prontificou a oferecer um dia de trabalho voluntário para a Revolução. Toda a gente aderiu e os artistas, necessariamente, também. Amália Rodrigues foi cantar à Central de Cervejas de Lisboa. Depois de interpretar, entre outras coisas, uma versão do "Grândola, Vila Morena" absolutamente estonteante (aquilo parecia quase a "Casta Diva" da Norma, tal as grandes linhas em legato, o clima sonhador, o carácter lírico**) recebeu - obviamente - uma tremenda ovação. Há então uma vozinha que se eleva no meio da multidão... a achar mal a ovação. Era a vozinha de um tal Pedro Jordão*, ilustre desconhecido. Mas a Amália quis saber por que é que ele discordava do aplauso e foi falar com ele. Bem, embrenharam-se os dois numa discussão monumental. É material verdadeiramente histórico, que ilustra uma fase política do país, uma fase na vida da Amália, e, infelizmente, tira do pó total do esquecimento um zé-ninguém da música portuguesa.
http://valkirio.blogspot.com/2011/10/sociedade-central-de-cervejas.html
*Pedro Jordão não é um desconhecido
** Há interpretações bem melhores a começar pela original, a do Zeca Afonso.
** Há interpretações bem melhores a começar pela original, a do Zeca Afonso.
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