Esta vida tem de tudo. Escrevo sobre o que vejo, o que sinto, o que me interessa, sobretudo se e quando me apetecer. Se me lembrar, posso até contar a história do sobretudo que perdi num dia em que estava mesmo na lua...
domingo, 15 de abril de 2018
Mário-Henrique Leiria em Contos do Gin-Tonic(1973)
Então chegaram a minha casa e disseram-me:
– Mas você não consegue escrever coisas compridas! Isto que faz é uma miséria.
– Coisas compridas como?
– Bem, romances, crónicas autênticas, ensaios sólidos.
– Não, isso não sou capaz.
– Então você não é um escritor.
– Pois não. Quem se atreveu a chamar-me tal coisa? – aí é que me ia encanzinando.
– Não é ofensa, desculpe. Mas uma coisa comprida, por favor, não arranja?
– Olhe, o mais comprido que tenho é isto. E já foi difícil. Quando as coisas vão a ficar maiores, deito logo fora. Compreende, não é?
Publicada por
Luísa Castelo-Branco
à(s)
domingo, abril 15, 2018
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Etiquetas:
HUMOR,
Literatura,
Mário-Henrique Leiria
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário