O homem era duro de ouvido. Costumava dizer, com o seu inconfundível sentido de humor , que tocava muito bem campainha.
O rapazinho gostava de música, tocava violino desde muito pequeno. O homem chamava lhe Periquito.
Um dia perguntou-lhe se sabia tocar o Hino Nacional. O rapaz tocou. A partir daí, invariavelmente:
-Periquito, toca o hino Nacional.
Fazia-se silêncio e ouviam-se os sons de ”A Portuguesa”.
O rapazinho gostava de música, tocava violino desde muito pequeno. O homem chamava lhe Periquito.
Um dia perguntou-lhe se sabia tocar o Hino Nacional. O rapaz tocou. A partir daí, invariavelmente:
-Periquito, toca o hino Nacional.
Fazia-se silêncio e ouviam-se os sons de ”A Portuguesa”.
Todos os presentes, quase sempre os mesmos, adivinhavam já e respeitavam aquele momento.
A cena tinha graça. Mesmo que não tivesse, o homem e o rapaz não queriam saber. Era uma coisa deles, um ritual, uma forma de reconhecimento mútuo.
Durante anos foi assim. ”Periquito, toca o Hino nacional” acompanhou o crescimento do rapaz e o envelhecimento do homem. A vida de ambos.
Naquele dia solene, o homem jazia sob uma antiga e delicada colcha de seda da Índia que tinha sido usada em muitas cerimónias alegres da sua vida.
Um violino desconsolado chorava "Méditatio n"( Thaïs) de Jules Massenet. Periquito tocava com o que lhe ia na Alma.
LCB
Durante anos foi assim. ”Periquito, toca o Hino nacional” acompanhou o crescimento do rapaz e o envelhecimento do homem. A vida de ambos.
Naquele dia solene, o homem jazia sob uma antiga e delicada colcha de seda da Índia que tinha sido usada em muitas cerimónias alegres da sua vida.
Um violino desconsolado chorava "Méditatio n"( Thaïs) de Jules Massenet. Periquito tocava com o que lhe ia na Alma.
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