sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Manuel M. Veiga- Serenidade/ Blues / "Minha já antiga"( Parte I e II) & Poema "Sem título"

Descobri este compositor e pianista há dias , não sei bem como ... navegando , "surfando"  nestes mares virtuais, que tantas surpresas me trazem... Ontem percebi que o  homem que assim faz músicas  e as toca ao piano , também escreve poemas...
Escolhi uma composição de que não sei bem o nome, um vídeo quase sem imagens, e um poema sem titulo.
"Do fundo da Alma,(...) sentir só".
Encantada. 





Sem título


Da concentração no negativo.

Da folha da árvore a cair, que nem se vê…

Do chão, pisado e triste, que traz em si todo o peso do mundo.

Do fundo da alma, do encontro com o deus interior.

Do amor, que nos aborda sereno, e serenamente se vai enroscando.

Todas estas coisas e outras mais pensei hoje.

Porque hoje foi daqueles dias em que é preferível não falar, não dizer, sentir só, correr os riscos todos de não se ser entendido.

Momentos em que o nosso norte se sente perdido.

Mas temos a certeza que o estamos a ver bem, com a lucidez simples de uma mãe.

Sempre à procura de uma razão para tudo,

Sempre qualquer coisa está a menos, qualquer coisa falta, sempre,

Sempre o problema da complicação de descomplicar.

A necessidade de ver a simples beleza, de procurar o universo estético num simples paladar.

Sem problema de espécie alguma, afinal, porque tudo se torna realisticamente pequeno.

Como o corredor do veneno, o sangue corre sem se preocupar.

A cabeça foge do lugar,

Espera encontrar o norte perdido,

Embora silenciosamente anseie por se perder.


Manuel M. Veiga.
20 de Janeiro de 2015

https://www.facebook.com/pages/Manuel-M-Veiga
Piano. Palavra. Côr. Momento. Improviso.

Sem comentários:

Enviar um comentário