domingo, 20 de dezembro de 2015

LENDA DO BOLO-REI



O Bolo-Rei é o bolo tradicional natalício português por excelência. A sua origem tem várias raízes. 

A ideia de um bolo misturado com fruta cristalizada terá surgido na corte do rei Luís XIV, em França, e com os tempos foi-se espalhando pelo resto da Europa. Chegada a Portugal a receita foi adaptada, adquiriu a forma de coroa com que é vendido actualmente e passou a ser associado à época natalícia.
A introdução da fava vem do tempo dos Romanos, em que era costume durante as festividades eleger-se o “rei da festa” colocando-se uma fava num bolo.
Já a inclusão do brinde como recompensa (ficando o perdedor com a fava) é uma criação portuguesa, embora este costume tenha sido, há uns anos,  proibido por apresentar risco de sufoco, sobretudo para as crianças.
Apesar do nome “Bolo-Rei” não vir, como erroneamente se pensa, do dia de Reis – a nomenclatura “Rei” é apenas uma indicação da riqueza de ingredientes com que é feito, tornando-o no bolo “maior” das festividades – isso não impediu a tradição oral de o associar aos Reis Magos, havendo inclusive uma lenda portuguesa que lhes atribui a origem do bolo e lhe dá simbologia.

Segue-se a história:

Conta a lenda que num país distante viviam três homens sábios que analisavam e estudavam as estrelas e o céu. Estes homens sábios , a que a tradição deu a nomeação de “três Reis Magos”, chamavam-se Gaspar, Melchior e Baltazar .
Uma noite ao  olharem para o céu, viram que se movia uma nova estrela, muito mais brilhante do que as restantes e interpretaram-na como um aviso de que o filho de Deus nascera.
 Resolvidos a segui-la, levaram consigo três presentes: incenso, ouro e mirra, para poder presentear o Messias recém nascido.
Chegados à cidade de Belém, já perto da gruta onde estava o menino Jesus, os Reis Magos depararam-se com um dilema: Qual deles teria o privilégio de oferecer primeiro o seu presente? Esta pergunta gerou a discussão entre os três.
Um artesão que por ali passava ouviu a conversa e propôs uma solução para o problema de maneira a ficarem todos satisfeitos. Pediu à sua mulher que fizesse um bolo e que na massa colocasse uma fava. Mas a mulher não se limitou a fazer um simples bolos e arranjou forma de ali representar os presentes que os três homens levavam. Desta forma fez um bolo cuja côdea dourada simbolizava o ouro, as frutas cristalizadas simbolizavam a mirra e o açúcar de polvilhar simbolizava o incenso.
Depois de cozido o bolo foi repartido em três partes e aquele a quem saiu a fava foi efetivamente o primeiro a oferecer os presentes ao menino Jesus.

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