terça-feira, 28 de abril de 2015

One Art By Elizabeth Bishop

The art of losing isn’t hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn’t hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother’s watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn’t hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn’t a disaster.

—Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan’t have lied. It’s evident
the art of losing’s not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.



Que bem dito, em português, por Antonio Abujamra !




A arte de perder não é nenhum mistério
tantas coisas contém em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouco a cada dia. Aceite austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subsequente
da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. Um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
Mesmo perder você ( a voz, o ar etéreo, que eu amo)
não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser um mistério
por muito que pareça (escreve) muito sério.


Sobre o autor: Elizabeth Bishop é uma autora americana, considerada um das mais importantes poetas do século XX a escrever na língua inglesa.
 Em 1976, foi a primeira mulher a receber o prêmio internacional Neustadt de Literatura e continua  a ser o único americano a receber esse prémio.

2 comentários:

  1. In the pursuit of learning,
    every day something is acquired.
    In the pursuit of Tao,
    every day something is dropped.

    Less and less is done
    Until non-action is achieved.
    When nothing is done, nothing is left undone.

    The world is ruled by letting things take their course.
    It cannot be ruled by interfering.

    Tao Te Ching Cap 48.

    Gostei muito Luísa, parabéns pelo blogue.

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  2. Também eu, Lourenço, gostei imenso do texto que aqui deixou.
    Obrigada!

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