Esta vida tem de tudo. Escrevo sobre o que vejo, o que sinto, o que me interessa, sobretudo se e quando me apetecer. Se me lembrar, posso até contar a história do sobretudo que perdi num dia em que estava mesmo na lua...
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Sou uma portuguesa de classe média.Tal como milhares de outros portugueses vivo o período que atravessamos com grandes dificuldades. Nunca vivi acima das minhas possibilidades ,mas a "crise" , a falta de dinheiro apanhou-me e à minha família como a muitas outras que não esbanjaram. No entanto revejo-me nas palavras de Isabel Jonet . Entendo que se refere à necessidade de uma mudança de mentalidade, de hábitos de consumo e de poupança.à distinção prévia entre o absolutamente necessário e o supérfluo, tão difícil nesta sociedade de consumo em que nos habituamos a viver. Por isso percebo mal a crítica e linchamento público a que foi sujeita... só que não quer é que não vê a verdade das suas palavras corajosas. Pegando no exemplo do copo de agua na lavagem dos dentes: Sim, antigamente, houvesse ou não dinheiro, usava-se copo para lavar os dentes... Era quase inata a ideia de não desperdiçar, de poupar, de bem escasso ,por sinal da água que o é cada vez mais. Sim, é complicado para adultos criar hábitos de poupança saudável e inteligente . Por maioria de razão os mais novos, os filhos , que se habituaram a ter tudo ,exigindo tudo como se de um direito absoluto se tratasse, não compreendem, aceitam mal a necessidade imperiosa de mudança radical na forma de como os bens materiais devem ser encarados agora. Eu sei que Isabel Jonet está à frente do banco alimentar e congratulo-me por isso. Gabo-lhe a coragem e a lucidez. Reconheço a sua obra, que aliás fala por si. Por isso não posso deixar passar em branco vários comentários com que me deparei na página da comunidade do Facebook Associação de Palavras, fazer de conta que eles não existiram. É verdade que estes senhores ,com os seus depoimentos, foram atrás da maralha. Em Portugal, o país da vulgarização e esvaziamento do significado do direito de petição, é costume: vai-se para onde vai a maré. Felicito Henrique Monteiro pelo depoimento no Expresso, que dá a voz a milhares de portugueses que, como eu, se sentem indignados pela campanha miserável a que Isabel Jonet está a ser sujeita. Onde está a democracia e a liberdade de expressão a que qualquer cidadão tem direito? É preciso baixar a cabeça e dizer que sim para não ser insultado? Isabel Jonet não baixa a dela e faz muito bem.
Publicada por
Luísa Castelo-Branco
à(s)
sexta-feira, novembro 09, 2012
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