sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Teresa Tarouca - Cai chuva do céu cinzento ( Festival RTP- Entre Act)

 "Cai chuva do céu cinzento que não tem razão de ser. Até o meu pensamento tem chuva nele a escorrer". 
 O registo deste fado, baseado num poema  de Fernando Pessoa,  foi particularmente difícil de encontrar 
 Teresa  Tarouca é uma das grandes fadista de sempre,que tem sido desvalorizada e quase votada ao esquecimento.  Não tem razão de ser.


Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.


Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.


Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine* consente)
Dentro do meu coração.
Fernando Pessoa, 15-11-1930.



*"Paul Verlaine  foi um poeta francês que, entre outros, escreveu "Il pleure dans mon coeur" , um poema muito conhecido pela alusão à tristeza usando a imagem da chuva caindo dentro do coração (como o choro).
Daí Fernando Pessoa usar a expressão "porque Verlaine consente".
Além de ser uma alusão à imagem em si, é uma homenagem ao grande poeta francês." *

terça-feira, 24 de setembro de 2013

domingo, 22 de setembro de 2013

HIROMI UEHARA- Place To Be


Mel..."

Obrigada Pedro

Descarto

Existo.
Logo penso.

 LCB

Guitarrada Portuguesa

(A)garra!!!!

Ângelo Freire:  um dos grandes "guitarra portuguesa" da actualidade

Guitarra portuguesa: Ângelo Freire 
Viola: Diogo Clemente 
 Viola baixo: Marino de Freitas

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Portugal in 1950

Documento histórico e muito interessante sob vários aspectos. No entanto,  como , aliás, o texto que se segue confirma ,  reflecte  um ponto de vista limitado, parcial e "bonitinho" de Portugal no pós - guerra.   

  
A travelogue of right after the war shows how the country has survived the war.
Lisbon and Porto are shown as well as fishery, cork and other sources of income. Finally a typical traditional dance is performed.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Miles Davis (with Robben Ford) - New Blues & Maze

Between Blues and jazz......
Caramba! 
*  recomenda-se  som alto e uso de auscultadores 

PORQUE

 Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Jan Lisiecki - Nocturne in C sharp Minor (1830) - Proms 2013

A música de Chopin  provoca as mais profundas emoções....
Jan Lisiecki:  quanta sensibilidade.... Espantoso!

 



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A moda de ir à praia - 1900-1920






A moda, ao tempo, tinha poucos anos. Ia-se à praia com tanto de entusiasmo como de pudor. O processo de destape mal tinha começado. Muitos ainda veriam a ida à praia como um pecado do qual teriam que pedir absolvição mais tarde.

O pudor já ditara as suas regras um século antes. O traje de banho usado em 1810 por D. João VI não era nada convencional nem mesmo para a época. O rei de Portugal tinha medo dos caranguejos e só aceitou entrar na água de uma praia dos brasis dentro de um barril. O recipiente que lhe serviu de roupa tinha o fundo tapado. Na lateral havia um pequeno buraco, por onde a água entrava. Conforme as exigências do monarca, apenas suas pernas podiam ser molhadas.

Neste vídeo, slideshow com 57 fotos das idas às praias entre 1900 e 1920.

Leia-se mais em:

domingo, 8 de setembro de 2013

Extrait du film "Les petits Mouchoirs" de Guillaume Canet

Vi hoje este filme.. 
Foi o comentário que deixo em baixo que me levou a procurá-lo.
Tocante. Diálogos admiráveis, expressão corporal extraordinária, trilha sonora óptima. 
 Fica aqui  um extracto do filme  em que  a canção  BO, Talk To Me, de Maxim Nucci  é  interpretada   por Yodelice.  

   

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Há palavras que colam e não despegam e, muitas vezes de tanto serem usadas perdem significado e valor.
Partidocracia para aqui, partidocracia para ali... Já não sei o que é e acho que, como eu, muita gente. Pensava que significava uma degeneração da democracia. Julguei que se tratava de um governo dos partidos, para os partidos e pelos partidos, enquanto a democracia seria o governo do povo, para o povo e pelo povo de que os partidos são representantes. Mas se assim fosse, em vez da palavra e da discussão generalizada e vulgarizada à sua volta, existiria atitude e acção para proteger a democracia em risco.
Ora se não sei o que é a partidocracia de que tanto se fala, desconheço também o significado actual de democracia em Portugal.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

El día que me quieras - Ernesto Aurignac Quartet

É a sensibilidade  que dá razão à vida
Gardel emocionar-se-ia com esta interpretação.




Saxo Alto: Ernesto Aurignac
Piano: José Carra
Contrabajo: Dee Jay Foster
Batería: Santi Colomer

domingo, 1 de setembro de 2013

Romana Kryzanowska ( 1923-2013)



"Without Joe, there wouldn't be a Pilates method. And without Romana, we might have forgotten about it by now. "

Sem Joseph Pilates não existiria o método Plates. E sem Romana talvez este método tivesesse sido esquecido .



The Art of Pilates



Romana Kryzanowska - Biografia 
1)

2)

3)


 Mais notas biográficas em http://en.wikipedia.org/wiki/Romana_Kryzanowska




AYO - Only you

Let's Dance - Short Film By Sam Thomas


Lets Dance - First Place Open Division from Lander University on Vimeo.

First Place (Open Division): Lander 4th annual Film Festival - Short Film Competition

Written and Directed by Sam Thomas

Music: "Let's Dance" by M.Ward (David Bowie Cover)

Adília Lopes – “A sereia das pernas tortas.”


Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia como era bonita.
Quando era bonita, as pessoas diziam-lhe:
— Eu amo-te.
E iam com ela para a cama e para a mesa.
Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:
— Não gosto de ti.
E atiravam-lhe com caroços de azeitona à cabeça.
A mulher pediu a Deus:
— Faz-me bonita ou feia de uma vez por todas e para sempre.
Então Deus fê-la feia.
A mulher chorou muito porque estava sempre a apanhar com caroços de azeitona e a ouvir coisas feias. Só os animais gostavam sempre dela, tanto quando era bonita como quando era feia como agora que era sempre feia. Mas o amor dos animais não lhe chegava. Por isso deitou-se a um poço. No poço, estava um peixe que comeu a mulher de um trago só, sem a mastigar.
Logo a seguir, passou pelo poço o criado do rei, que pescou o peixe.
Na cozinha do palácio, as criadas, a arranjarem o peixe, descobriram a mulher dentro do peixe. Como o peixe comeu a mulher mal a mulher se matou e o criado pescou o peixe mal o peixe comeu a mulher e as criadas abriram o peixe mal o peixe foi pescado pelo criado, a mulher não morreu e o peixe morreu.
As criadas e o rei eram muito bonitos. E a mulher ali era tão feia que não era feia. Por isso, quando as criadas foram chamar o rei e o rei entrou na cozinha e viu a mulher, o rei apaixonou-se pela mulher.
— Será uma sereia? — perguntaram em coro as criadas ao rei.
— Não, não é uma sereia porque tem duas pernas, muito tortas, uma mais curta do que a outra — respondeu o rei às criadas.
E o rei convidou a mulher para jantar.
Ao jantar, o rei e a mulher comeram o peixe. O rei disse à mulher quando as criadas se foram embora:
— Eu amo-te.
Quando o rei disse isto, sorriu à mulher e atirou-lhe com uma azeitona inteira à cabeça. A mulher apanhou a azeitona e comeu-a. Mas, antes de comer a azeitona, a mulher disse ao rei:
— Eu amo-te.
Depois comeu a azeitona. E casaram-se logo a seguir no tapete de Arraiolos da casa de jantar.



Nota Biográfica
Adília Lopes, pseudónimo literário de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, (Lisboa, 20 de Abril de 1960) é uma poetisa, cronista e tradutora portuguesa. Filha de uma bióloga assistente de Botânica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e de um professor do ensino secundário, Adília Lopes cursou Física na Universidade de Lisboa, licenciatura que abandonou, quase completa, devido a uma psicose esquizo-afectiva, doença da qual sempre falou abertamente, fosse na sua poesia, crónicas, conferências ou entrevistas a meios de comunicação social.
Deixou de estudar por conselho médico e começou a escrever com o intuito de publicar.

Ray Brown trio whith Gene Harris- Summertime

 Do baú...
Admito que este "Summertime" seja uma publicação recorrente.  Seja como for, merece.  
Há  interpretações que  nunca  cansam. Esta é uma delas. Ouço-a sempre pela primeira vez .