sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Loucos de Lisboa - Rio Grande (Rui Veloso, Tim , João Gil, Jorge Palma, Vitorino e João Monge)

 Será que a  terra gira ao contrário e os rios nascem no mar?

Música: João Gil
Letra: João Monge



Parava no café quando eu lá estava
Na voz tinha o talento dos pedintes
Entre um cigarro e outro lá cravava
a bica, ao melhor dos seus ouvintes

As mãos e o olhar da mesma cor
Cinzenta como a roupa que trazia
Num gesto que podia ser de amor
Sorria, e ao sorrir agradecia


São os loucos de Lisboa
Que nos fazem  duvidar
Que a terra gira ao contrário
E os rios  nascem  no mar

Um dia numa sala do quarteto
Passou um filme lá do hospital
Onde o esquecido filmado no gueto
Entrava como artista principal

Compramos a entrada p'ra sessão
Pra ver tal personagem no écran
O rosto maltratado era a razão
De ele não aparecer pela manhã

Mudamos muita vez de calendário
Como o café mudou de freguesia
Deixamos de tributo a quem lá pára
Um louco a fazer-lhe companhia

E sempre a mesma posse o mesmo olhar
De quem não mede os dias que vagueam
Sentado la continua a cravar
Beijinhos as meninas que passeiam.

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