domingo, 17 de fevereiro de 2013

Vivo e experimento, ponto final


Há dois verbos que se usam agora, por tudo e por nada, e que me tiram do sério. Comecei por pensar que eram invenção de vendedores de banha da cobra – muitos deles, na versão 2.0, ganham dinheiro a “estimular o empreendedorismo” em conferências -, ou de políticos profissionais, ou talvez tivessem nascido no maravilhoso mundo dos comentadores de tudo e de nada.


Há bocado dei-me ao trabalho de ir ver se os verbos existem. E não é que existem mesmo?

Ou seja, é ainda pior: há dois verbos que se usam agora, por tudo e por nada, cujas versões originais, que desde sempre se usaram, são francamente melhores, mais elegantes, e simples. Por que raio então é moda dizer-se vivenciar, em vez de viver? Ou experienciar, em vez de experimentar?

Toda a vida vivi e experimentei. Nunca vivenciei nem experienciei.

Mas no mundo moderno as pessoas “vivenciam” e “experienciam” cenas.

Aqui em casa, nada mudou. Vivo e experimento.

Não, não me lixem: nem acordo ortográfico nem verbos que complicam o que é simples.

Ou alguém prefere vivenciar o que pode viver?



Pedro Rolo Duarte

http://pedroroloduarte.blogs.sapo.pt/306991.html

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